O blog tem por objetivo dar uma noção geral acerca do Mercosul, bloco econômico que engloba países da América do Sul, mostrando seu surgimento, normas, protocolos e a situação atual. Ademais, há uma breve exposição sobre outros blocos econômicos mundiais, a exemplo da União Europeia.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Os problemas do Mercosul


1- As economias dos países não são desenvolvidas de forma equânime, ou seja, existem países mais desenvolvidos (Brasil e Argentina) e outros menos desenvolvidos (Uruguai e Paraguai). O comércio normalmente dá certo entre países com desenvolvimento parecido (na UE, por exemplo). As assimetrias de mercados existentes no bloco vem causando uma série de atritos entre os membros, além de ser um dos fatores que dificultam a criação de uma moeda única para o bloco econômico. Paraguai e Uruguai reivindicam concessões econômicas a fim de compensar as perdas que sofrem. Em 2007, por exemplo, o Brasil exportou US$ 1,5 bilhão para o Uruguai, enquanto que as importações ficaram em apenas US$ 818,22 milhões – um superávit brasileiro de US$ 787,87 milhões. O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil com o Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinho só obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano, as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em US$ 322,9 milhões contra um volume de importações da ordem de US$ 358,64 milhões. O desequilíbrio chegou ao ápice em 2007, quando a corrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,92 bilhão, teve saldo positivo de US$ 1 bilhão para o Brasil.



2- Existem pressões políticas externas (EUA) para que o comércio setorial não dê certo. Os Estados Unidos (e alguns países da América do sul, como o Chile) preferem o ALCA e pressionam politicamente os países do cone Sul.


3- Desavenças entre Brasil e Argentina. Os dois gigantes do Mercosul não param de brigar. O último exemplo foi na desvalorização do real em que a Argentina deu um passo para trás colocando limites na importação de automóveis. A Argentina começou a utilizar-se, de modo cada vez mais freqüente e sem a devida consulta bilateral, de mecanismos permitidos ou abusivos de defesa comercial, em especial salvaguardas unilaterais e processos de antidumping em vários setores ameaçados de “desindustrialização”.


4- Ausência de uma moeda forte – a diferença de moedas é um obstáculo tanto para o comércio quanto para a localização de investimentos. No primeiro caso, porque todas as vezes que a paridade bilateral se modifica, a reação protecionista no lado prejudicado é intensa. E no segundo, porque o cálculo econômico é extremamente incerto quando se trata de conceber uma estratégia pela qual parte importante da produção de uma planta será exportada para o país vizinho. Isto é, ao fabricar no Brasil, uma empresa sabe que R$ 1 vale R$ 1, em São Paulo ou no Piauí, mas a incerteza em relação a quanto demandará em real a venda a ser faturada em pesos dez anos depois é enorme. E o mesmo vale, naturalmente, para quem se instala na Argentina.


5- Ausência de estabilidade política na região. Diversos acordos como abolição de impostos de importação já foram tentados para dinamizar o comércio no cone Sul, mas a frágil política local não permitiu que ocorresse avanço significativo. Exemplo disso aconteceu recentemente, com a destituição do presidente paraguaio Fernando Lugo, o que causou a suspensão do país como
membro do Mercosul. A justificativa da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é de que houve uma ruptura da ordem democrática.


6- Falta de infra-estrutura adequada no comércio entre os países.


7- Tarifa Externa Comum – É um dos pontos mais controversos do Mercosul, pois enquanto alguns profissionais da área consideram uma amarração desnecessária, por impedir que os países membros façam acordos bilaterais com outros estados, o que seria interessante, defendendo que o Mercosul recue para uma simples Área de Livre Comércio; outros acham que deve ser definida uma TEC, pois eliminaria a dupla cobrança da mesma; o problema dessa dupla cobrança se resume ao fato de que um produto que ingressa no Mercosul pelo Uruguai e depois é exportado para o Brasil, paga imposto de importação duas vezes, o que aumenta o preço final do produto.

3 comentários: